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CHAMADOS POR DEUS DA CRUZ PARA A CRUZ

Neste domingo 27 de dezembro de 2020 solenidade da Sagrada Família, nesta oitava de Natal, celebramos no Santuário da Divina Misericórdia a profissão perpetua da Irmã Karla Cristina e Irmã Raquel. Presidiu esta celebração Dom Frei Rubival Cabral Brito, OFMcap e bispo da diocese de Grajaú-MA.

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“ ‘O povo que andava nas trevas viu uma grande luz’ (Is 9, 1). Devemos viver na presença dos Senhor. Fazer de nossa vida um presépio. Esta festa do Natal é engrandecida pela solenidade da Sagrada Família. Família é lugar de encontro, de manifestação do amor, onde crescemos humana e afetivamente. Deus aqui quis fazer sua morada e habitar, quis nos visitar e veio nos abraçar manifestando o rosto da misericórdia: Jesus Cristo. Como família precisamos crescer nisto. Hoje a família sanguínea e religiosa de Irmã Karla e Irmã Raquel a trazem para ofertar a Deus como Maria oferta o menino Jesus no altar. Como família celebramos esta consagração. Ninguém se consagra para si mesmo. Nos consagramos para o Amor. Vocês minhas irmãs escolheram confirmar o selo batismal da Cruz para a Cruz. A Cruz é sempre dinamismo de vida e salvação, é dinamismo de misericórdia. No Evangelho de hoje escutamos a profecia de Simeão e Ana. Pessoas maduras não só em idade, mas em sabedoria. Eles anunciam  itinerário da vida de Jesus e daquela família. Ana profetiza o dom da vida consagrada que é uma vida de louvor e serviço. Deus nos criou para o louvor e devemos viver isto no templo sagrado da criação, cuidando. Irmãs, este sim implica recriar tudo no amor por onde vocês passarem. Nossa consagração é anúncio e denúncia quando a vida é ameaçada. A profecia da vida consagrada não pode morrer. Se a profecia morre significa que o caminho da Cruz para a Cruz se esvaziou. Somos consagrados para viver este caminho consagrando-nos dos pés a cabeça. Precisamos fazer valer a decida de Deus neste Natal. Deus vem abraçar nossa humanidade para elevá-la à dignidade do reino. O caminho no Amor de Deus é um caminho de reconciliação. Deus nos escolheu porque seu Amor é grande e sua Misericórdia é infinita.

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Deus acredita na pobreza da nossa humanidade e ama, por isso, entregai tudo ao Senhor e nada retenha. A entrega da Cruz para a Cruz passa pelo nada se apropriar, passa pela obediência de cada dia. Não nos consagramos para prender o coração, mas sim para a liberdade. Este é o abraço da Cruz. Deus quer sempre mais. Lembro da figura da prensa, como nossos irmãos indígenas que colocam a mandioca na prensa para que toda aquela água podre saia e dê a melhor farinha. Assim nossa vida deve ser colocada na prensa do Evangelho para que a força do Espírito Santo e a graça de Deus possa espremer tudo aquilo que não gera vida. Depois que toda a podridão do pecado sai, então é levado ao fogo, como a mandioca, para dar uma boa farinha. Assim acontece conosco também, para sermos bons consagrados, bom bispo, bom padre, bom cristão. Se entregamos tudo, Deus nos dá tudo. Mas temos que entregar tudo! Dificuldade virão, mas vocês terão sempre a mão estendida do Evangelho, a mão estendida da direção espiritual, a mão estendida da oração.

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É no encontro pessoal com Jesus Cristo que vai se formando a farinha boa, o fermento bom do reino que é cada um e nós neste mundo. Vai dando a luz necessária para formar a Cruz do Senhor. Não a Cruz que carregamos no peito, mas a Cruz interna, crescendo na amizade, intimidade e no amor esponsal. O abraço da Misericórdia na Cruz nos envia. Deus é fiel, não nos abandona. Só nesta dinâmica do Amor que não é amado é que podemos amá-lo e viver nossa vida franciscana. Tudo mais é consequência de um amor indiviso e de um coração abrasado. Só vale a pena viver assim. Vivam por amor, morram por amor e o Amor as aguarda na eternidade.”

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Rezemos para que o Senhor suscite vocações à Igreja e lhes dê a graça de responder e perseverar no Amor! 

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Franciscanas da Divina Misericórdia

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